No barro repousava a alma calma,
Guardada ao som das preces, tão sutil.
Mas ferro e fogo assaltam nossa palma,
Deixando a dor gravada em céu hostil.
Dos mares veio a mão que me profana,
Dos homens vi o rastro da ambição.
Segui do templo ao ouro que me engana,
Com cada troca, a perda e o meu vão.
O fogo ardente envolto em falso brilho,
Tomou-me a voz, fez do meu ser prisão.
E em jóias vãs, num gesto tão daninho,
Cravaram luto eterno em meu coração.
Agora canto o vento que me guia,
Nas ondas busco o som da liberdade.
Mas minha ira cresce em agonia,
E assombra os tolos com fatal verdade.
. * * . *
* . * ___/\_ *
. * _/\ \ \ * .
* . \ \ \ \ *
. * --- \ \ \ \ ---
* . \__\ \__\ *